Milhares na rua para o "dia da partida" de Mubarak

O secretário geral da Liga Árabe admitiu candidatar-se à sucessão do Presidente egípcio. O guia supremo da Irmandade Muçulmana, por seu lado, disse estar pronto a dialogar com o vice-Presidente.
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Várias pessoas continuam hoje na praça Tahrir, no centro do Cairo, para participar em novas manifestações a exigir a demissão do Presidente egípcio Hosni Mubarak.

O "Dia da Partida", como foi designado pelo líder da oposição ElBaradei, reuniu uma multidão, mas, segundo as agências, em número muito inferior ao que se encontrava no mesmo local na terça-feira. As entradas para a praça estão mais controladas e o exército reforçou as medidas de segurança nos principais pontos de confronto entre as facções anti e pró Mubarak. Aparentemente, os manifestantes contra o presidente afastaram a ideia de avançar para o palácio presidencial.

O secretário-geral da Liga Árabe, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio Amr Moussa, deslocou-se à praça Tahrir para ajudar "ao apaziguamento", indicou uma fonte do gabinete deste responsável. Momentos antes, em declarações à rádio Europe 1, Amr Moussa admitiu candidatar-se à sucessão do Presidente egípcio, mas defendeu que este deve manter-se no poder "até fim de Agosto", quando termina o mandato.

O secretário-geral da Liga Árabe afirmou ainda que estava pronto a assumir um papel na transição de regime no Egipto . Quando questionado sobre uma eventual candidatura presidencial, Moussa respondeu: "porque não?". "Estou à disposição do meu país, claro. Mas vamos ver os desenvolvimentos políticos. Estou pronto a servir como um cidadão que tem o direito a ser candidato", declarou.

O guia supremo da Irmandade Muçulmana, principal movimento de oposição no Egito , Mohammed Badie, por seu lado, declarou à cadeia de televisão Al-Jazira estar pronto a dialogar com o vice-Presidente Omar Suleiman, depois da saída do Presidente Hosni Mubarak. "Somos pelo diálogo com qualquer pessoa que queira realizar reformas no país, após a saída deste injusto, corrupto e tirano", declarou Badie, referindo-se a Mubarak.

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